sexta-feira, 22 de novembro de 2013

HISTÓRIA - JOHN F. KENNEDY - 50 ANOS

Os 50 anos do assassinato de John F. Kennedy

Em 22 de novembro de 1963, o presidente americano era alvejado em Dallas

Kennedy recebeu o presidente brasileiro Jango em Washington 
Crédito: CP Memória

Cinco décadas de dúvidas, polêmicas e teorias conspiratórias de todo tipo se seguiram a um dos maiores fatos do século XX: o audacioso assassinato, ocorrido no meio de uma multidão, do 35 presidente da história dos Estados Unidos, John Fitzgerald Kennedy. Dentre as várias teses que tentam explicar o crime, Jesse Ventura - ex-governador de Minnesota e autor do livro 'Mataram o Nosso Presidente' - destaca que Kennedy queria fazer as pazes com a União Soviética e que, por isso, tinha que ser impedido. 'Imagine como o mundo seria diferente se ele tivesse vivido, sem a Guerra do Vietnã e com o fim da Guerra Fria em 1965', destaca Ventura.

Lee Harvey Oswald, de 24 anos, apontado como o assassino de JFK, era um ex-marine americano. Preso pouco tempo depois do ocorrido, ele alegou que não tinha matado ninguém, que não passava de um chamariz. Dois dias depois, Lee foi abatido - também em público - enquanto era transferido da cadeia municipal para o presídio estadual. Em 1964, a Warren Commission concluiu que o ex-militar estava escondido no sexto andar de um depósito de livros, armado com uma espingarda com mira telescópica - e que agiu sozinho. À mesma conclusão chegaram, mais tarde, o FBI e o Departamento de Polícia de Dallas.

"Mataram o nosso presidente"

"Ouvimos um som de tiro e depois alguém gritou: 'A cabeça do presidente explodiu!'", conta James Tague, um vendedor de automóveis que ficou preso no engarrafamento devido à passagem do cortejo presidencial naquele 22 de novembro de 1963, uma sexta-feira, na cidade de Dallas, no Texas. Uma bala perdida o feriu levemente. "Ouvi um barulho de tiro, e algo raspou a minha bochecha direita. Um homem dizia, soluçando: 'A cabeça explodiu, a cabeça explodiu'. 'A cabeça de quem?', perguntou um policial. 'Do presidente."

Pierce Allman, diretor de programação da rádio WFAA, que então tinha 29 anos, havia decidido observar a passagem do presidente e da primeira-dama Jacqueline em carro aberto. "Ouvi dois 'bum', pensei em bombas. Kennedy age como se levasse as mãos ao pescoço, Jackie começa a gritar e, então, um terceiro disparo. Kennedy se sobressalta e cai de lado.'" "Vejo que as pessoas fogem, outras se jogam no chão protegendo os filhos. Há gritos, choro." Essas são as recordações do jornalista Hugh Aynesworth.

"Quando entro na sala número 1 da emergência, a senhora Kennedy está de pé ao lado da maca. Na minha opinião, o presidente já estava morto, tinha uma cor cinza azulado. Busco os sinais vitais, não encontro nenhum", diz Phyllis Hall, que era enfermeira do Hospital Parkland. O paciente "n 24.740, Kennedy, John F.", registrado às 12h38min, é declarado morto às 13h.

Primeira-dama, Jackie Kennedy, se desespera após disparos que atingiram o presidente / Foto: CP Memória

As muitas mulheres de JFK

Houve a glamourosa e impecável esposa Jackie e todas as outras: uma estrela de cinema, uma jovem estagiária, uma amante com ligações mafiosas e, sem dúvida, algumas profissionais do ramo. John F. Kennedy teve uma relação, no mínimo, complexa com as mulheres - fosse como um trunfo em sua corrida à Casa Branca, fosse como um meio de saciar sua libido. "Ele era charmoso e respeitoso com as mulheres de poder, aquelas que tinham influência, mas JFK tratava as jovens e lindas mulheres como objetos sexuais", ressalta o diretor do Centro de Política da Universidade da Virgínia.

A história de John Kennedy é inseparável da vida de Jackie, a jovem Jacqueline Bouvier, de família aristocrática, nascida em julho de 1929, e que continua a ser sinônimo de sofisticação e elegância mesmo vários anos após sua morte. A jornalista iniciante, de 24 anos, e o senador recém-eleito, de 36, casaram-se em 1953.

Jackie encorajou seu marido a escrever a obra ganhadora do Prêmio Pulitzer "Profiles in Courage", no período em que se recuperava de uma cirurgia nas costas. Ela também fez campanha ao seu lado, na disputa pela presidência contra o republicano Richard Nixon. Na Casa Branca, Jackie patrocinou as artes e a cultura e organizou prestigiosas recepções, conciliando o papel de primeira-dama com o de mãe de um casal - Caroline e John Jr., também chamado de John-John.

Em público, os Kennedy eram a imagem do perfeito casal americano. Na vida privada, não era bem assim. Seu affair com Marilyn Monroe é o mais conhecido, e entrou para a história o "Happy Bi rthday, Mr. President" cantado aos sussurros pela estrela de cinema em um jantar de gala de arrecadação de fundos para o Partido Democrata, em 1962. Segundo revelações do jornalista Christopher Anderson em um livro lançado neste ano, Jackie não apenas sabia do caso como convidou Marilyn a tomar seu lugar e ficar com "todos os problemas".

Família Kennedy no dia do funeral do presidente assassinado / Foto: CP Memória

Os grandes momentos na vida de JFK

• 29 de maio de 1917: Nasce em Brookline, perto de Boston (Massachusetts), John Fitzgerald Kennedy, o segundo dos nove filhos do empresário Joseph Patrick Kennedy e de Rose Fitzgerald, filha do prefeito de Boston. A família, muito rica, tem sua origem em imigrantes católicos irland eses.
• 1936-1940: Estuda em Harvard.
• 1941-1945: Apesar das dores nas costas crônicas - ele sofria da doença de Addison -, John Kennedy se alista na Marinha e participa na Segunda Guerra Mundial no Pacífico.
• 1946: Eleito pela primeira vez como representante democrata de Massachusetts.
• 1952: Eleito para o Senado, reeleito em 1958.
• 1953: Casa-se com Jacqueline Bouvier.
• 1960: Vence as primárias democratas.
• 1961: Toma posse depois de derrotar Richard Nixon, o candidato republicano. Ele se torna o presidente mais jovem dos EUA e o primeiro católico.
• 22 de novembro de 1963: É assassinado em Dallas.

 


Fonte: Correio do Povo

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