segunda-feira, 15 de outubro de 2012

SEGURANÇA PÚBLICA

Secretário admite que não consegue reduzir sensação de insegurança no RS

Airton Michels reafirmou que governo busca reduzir superlotação nos presídios

Apesar de afirmar que tem conseguido cumprir com o que foi programado para a área de segurança no Rio Grande do Sul, o secretário da Segurança Pública, Airton Michels, admitiu estar insatisfeito em razão de ainda não ter sido possível reduzir a sensação de insegurança entre a população.

Em entrevista à Rádio Guaíba nesta segunda-feira ele disse que há muitos temas para resolver e que ações estão sendo adotadas para isso. Uma delas é a contratação de mais de 4 mil servidores em um ano e meio, dentre os quais 2.570 da Brigada Militar, 777 da Polícia Civil e 800 da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).

O secretário destacou que um dos objetivos da pasta é diminuir a superlotação nos presídios e melhorar as condições nesses locais, para facilitar a reintegração no momento da liberdade. A Susepe também deverá auxiliar os egressos a conseguirem trabalho após cumprir pena, para evitar que voltem a cometer crimes.

"Enquanto não resolvermos o problema de superlotação, os presídios continuarão sendo depósitos de pessoas", ressaltou. Até o final do ano mais 1,6 mil vagas devem ser criadas em unidades prisionais gaúchas para ajudar a desafogar principalmente o Presídio Central, em Porto Alegre. Outras obras também serão realizadas no ano que vem.

A visibilidade da polícia deve ser acrescida a partir da atuação dos novos agentes, conforme o secretário. "De fato talvez não se tenha aquela visibilidade que se gostaria, porque não se pode ter um policial em cada esquina", falou. Michels ressaltou, porém, que o trabalho na área está sendo realizado, e exemplificou destacando que há 30 mil apenados nas penitenciárias do Estado e que 95% das prisões são realizadas pela Brigada Militar.

Além disso, o secretário citou a criação dos Territórios da Paz. Hoje já são quatro na Capital e três em outras cidades. A expectativa é criar mais nove, a fim de aumentar o trabalho de prevenção e coibir a violência nas regiões.

Fonte: CPC

FELIZ DIA DOS PROFESSORES!

Professores resistem às adversidades da profissão

Aos 92 anos, docente aposentada comparou os tempos de escola

Aos 92 anos, Regina Panizzi lembra os tempos de escola<br /><b>Crédito: </b> Maria José Vasconcelos / Especial / CP
Aos 92 anos, Regina Panizzi lembra os tempos de escola
Nesta segunda-feira se comemora o Dia do Professor. Prestígio, respeito, status social e econômico foram atributos que, por décadas, caracterizaram a profissão. Mas se particularidades como estas se distanciaram do perfil do professor contemporâneo, é bem verdade que outras, como dedicação, criatividade e gosto pelo ato de ensinar ainda se mantêm em muitos profissionais, resistindo a adversidades da atual conjuntura.

Aos 92 anos, 30 deles dedicados ao Magistério, Regina Pivato Panizzi é prova - viva e muito disposta - de que todo o trabalho junto às turmas de alfabetização lhe fez muito bem e integra suas melhores lembranças. Natural de Gaurama, quando ainda era distrito de Erechim, Regina começou a docência por volta dos 20 anos, na rede pública municipal. Dificuldades com estrutura física e recursos materiais e humanos fizeram parte da trajetória profissional, onde, em lugares mais distantes do centro urbano, o professor era docente, diretor, secretário e cuidava da limpeza ao mesmo tempo. Também, em alguns casos, com falta de sala de aula, três turnos foram a solução para atender a todos os que precisavam de escola pública na região.

Formada pela Escola Complementar, já que só Porto Alegre tinha Curso Normal para formar Professor Primário, Regina assinala que o Ensino era de muita qualidade e os professores saíam com grande competência para ensinar. Depois de formada, ela atuou na periferia de Erechim, na rede pública municipal; e, mais tarde, passou em concurso estadual, lecionando em escolas da rede. "Quem começava, ia para as escolas mais distantes do centro da cidade", lembra. Além de trabalhar na periferia de Passo Fundo, Regina teve experiência interessante em Marcelino Ramos, junto à comunidade alemã, com filhos de colonos, que tinham dificuldade de integração: "Eram os alemães (ou descendentes) e os 'brasileiros' (como chamavam os demais)". Regina recorda que, neste tempo, foi chamada na localidade para ativar a escola, que perdia muitos alunos, por evasão e pouca assiduidade. Assim, ela e colegas iam em casas de alunos, realizavam reuniões com pais e davam aulas extras, até em suas casas ou nas das crianças, quando era preciso.

"A maioria das crianças entravam na escola sem saber, sequer, pegar no lápis; não conheciam letra ou número. Mas, na Primavera, o maior prêmio era ver a turma lendo", revela satisfeita. Era comum que uma professora lecionasse, durante anos, numa determinada série, por isso, às vezes, se dizia: "Se ele passar, vai para turma da professora Zoca (por exemplo)". Os professores, em suas turmas, davam todas as aulas especializadas, como artes, recreação, religião, moral e cívica, música e economia doméstica. Porém, Regina aponta que o professor era bem remunerado, tanto que, ao se casar, podia se ouvir o comentário: "Aquele deu o golpe do baú; casou-se com professora nomeada".

Brilho no olho para ensinar

Quando se compara o professor atual ao de tempos atrás, é comum destacar que havia mais respeito e melhores salários e nível de Ensino. Mas também se percebe que, até hoje, o brilho no olho de quem ensina é especial, na opinião de Regina Pivato Panizzi. Aos 92 anos, a mãe de Wrana, ex-reitora da Ufrgs, conhece professores de várias décadas. Ela acredita em perdas e ganhos na Educação e que, em qualquer tempo, "é preciso gostar do que faz para ser um bom professor".

As turmas tinham muitos alunos estudando fora da faixa etária; o teste ABC selecionava as classes de alfabetização; a aula tinha cartilha, folha mimeografa (mais tarde) e tema; e havia reunião mensal com pais, que eram autoridade junto aos filhos. "Sempre fiz o que gostei, até me aposentar. Castigo físico, jamais. Colocava perto, cativava, conversava, conquistava o aluno com carinho, amizade e vendo como 'chegar' em cada um", revela Regina ao constatar que, ao reencontrar ex-alunos, sempre foi recebida com afeto e gratidão.


Fonte: CPC

EDUCAÇÃO

Cotas ajudam a saldar dívida com jovens pobres, diz Dilma

Metade das vagas em universidades federais serão destinadas a alunos de escolas públicas, negros e índios

A presidenta Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira que o decreto que determina a reserva de metade das vagas de universidades e institutos federais para alunos de escolas públicas, negros e índios contribui para saldar uma dívida histórica do Brasil com os jovens pobres. A regulamentação da chamada Lei de Cotas está publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União.

“Nosso objetivo, com essa lei, é ampliar o acesso às nossas universidades e aos nossos institutos federais para os jovens das escolas públicas, para os negros e para os índios. Essas universidades e os institutos estão entre os melhores do País e, muitas vezes, as pessoas vindas das escolas públicas têm dificuldade de ter acesso à universidade pública”, explicou Dilma.

No programa semanal Café com a Presidenta, ela destacou que as instituições federais terão quatro anos para implantar a Lei de Cotas de forma integral, mas que os processos seletivos para matrículas em 2013 já precisam oferecer reserva de vagas de 12,5%. “É bom ressaltar que a lei vale para todos os cursos, inclusive os mais procurados como medicina e engenharia, por exemplo”, disse.

A presidente lembrou que o Programa Universidade para Todos (ProUni) é outra possibilidade de acesso às universidades federais, pois oferece bolsas de estudo parciais e integrais a pessoas de baixa renda. Segundo ela, 1,1 milhão de estudantes brasileiros já foram beneficiados pelo programa, que exige bom desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Quem não for aprovado no ProUni, de acordo com Dilma, pode recorrer ao Programa de Financiamento Estudantil (Fies), que financia as mensalidades de faculdades particulares. Atualmente, 570 mil estudantes fazem cursos universitários em todo o País com o apoio do Fies, que também exige boas notas no Enem. “Quero dar um conselho para os quase 6 milhões de jovens que vão fazer as provas do Enem agora em novembro: que vocês peguem firme e estudem bastante, porque o Enem pode mudar a vida de vocês”, afirmou.

Fonte: cpc