quarta-feira, 20 de junho de 2012

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Por que Assange escolheu o Equador para pedir asilo?


 

Assange/AFP
Assange diz que as acusações contra ele são politicamente motivadas
A decisão do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, de buscar asilo no Equador pode ter surpreendido muitos já que, este ano, o país vem sendo acusado internacionalmente de reprimir a imprensa privada.
Mas o governo equatoriano já vinha ensaiando uma aproximação com o jornalista australiano havia algum tempo.
Em novembro de 2010, o ex-vice-ministro das Relações Exteriores equatoriano Kintto Lucas ofereceu a Assange residência no país, para que pudesse "divulgar livremente as informações que possui".
A oferta foi rapidamente retificada pelo governo do presidente Rafael Correa como sendo uma oferta feita por iniciativa própria de Lucas. À época, o líder do país chegou a criticar a WikiLeaks por divulgar documentos confidenciais.
Mas em abril de 2011, o Equador expulsou a embaixadora americana após revelações – feitas pelo WkiLeaks – nas quais ela sugeria que Correa estaria ciente de acusações de corrupção feitas contra um chefe de política promovido a comandante de uma força nacional.
Desde então, Assange tem mantido contato próximo com a embaixada do Equador em Londres.

Entrevista

Muitos apontam como um divisor de águas nesta relação a entrevista conduzida em abril por Assange com Correa para o canal em inglês, financiado pelo governo russo, Russia Today.
Durante os 75 minutos de entrevista, Correa elogiou o trabalho da WikiLeaks, defendeu a liberdade de expressão, criticou o papel negativo de alguns órgãos de imprensa e encerrou o encontro com uma saudação amigável para Assange:
"Bem-vindo ao clube dos perseguidos!", disse o mandatário sul-americano.
Na entrevista, Correa também disse que os documentos publicados pela WikiLeaks fortaleceram seu governo “porque as grandes acusações da embaixada americana eram que o governo do Equador promove um nacionalismo excessivo e defende sua soberania”.
Correa/AFP
Correa primeiro criticou a WikiLeaks, mas depois elogiou a iniciativa
"Sem dúvida somos nacionalistas e defendemos a soberania do país", disse Correa, que foi o único presidente latinoamericano entrevistado pelo programa, que já recebeu personalidades como o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah e o presidente da Tunísia, Moncef Marzouki.

Estratégia

Atualmente, o Equador decide se dá asilo político a Assange, que está refugiado na embaixada do país em Londres. O australiano luta contra a extradição para a Suécia onde enfrenta acusações de crimes sexuais.
Ele diz que as acusações são motivadas politicamente.
Analistas consideram que a concessão de asilo para Assange pode ser uma medida inteligente do governo Correa, que deve tentar a reeleição no ano que vem. Ela pode ser uma oportunidade de mudar a percepção de que persegue a imprensa.
Correa se diz vítima da imprensa privada equatoriana, que historicamente serviu os interesses das elites econômicas do país.
No começo do ano, ele ganhou dois processos milionários contra jornalistas. O jornal El Universo foi multado em US$ 40 milhões e seus donos condenados a três anos de prisão.
Dois jornalistas investigativos foram multados em US$ 10 milhões por terem difamado a reputação do presidente em um livro que trouxe detalhes de contratos governamentais.
Após duras críticas internacionais, Correa perdoou os jornalistas.
O editor do jornal privado Hoy, Marlon Puertas, disse à BBC que "se há algum mérito que devemos reconhecer neste governo é que nunca toma uma decisão improvisada".
* Com informações de Matias Zibell e Irene Caselli

Fonte: BBC

CONCURSOS

 
Os concursos estão sendo retormados com força total pelo Executivo Federal. Depois da estiagem do ano passado, em função dos cortes no Orçamento, o Ministério do Planejamento voltou a autorizar seleções para algumas das carreiras mais cobiçadas da administração federal, com remunerações que chegam a até R$ 19,7 mil.

O Congresso em Foco/SOS Concurseiro preparou uma lista detalhada dos concursos mais aguardados que estão com inscrições abertas, autorizados e que aguardam permissão. Confira as oportunidades que vão movimentar o mundo dos concursos nos próximos meses:


Polícia Federal

O departamento da Polícia Federal lançou três editais nesta semana para o preenchimento de 600 vagas distribuídas entre as carreiras de: Delegado da Polícia Federal, Perito Criminal e Escrivão. A banca organizadora será o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe/Unb).

Inscrições: 18/06 a 09/07
Taxas: R$150,00 (delegado e perito criminal)
R$125,00 (Escrivão)

Todos os candidatos serão avaliados por meio de provas objetivas, discursivas, exame de aptidão física, exame médico e avaliação psicológica. Confira os pré-requisitos de cada cargo:


Delegado da Polícia Federal

Os delegados da Polícia Federal precisam ser formados em Direito, mas não há a exigência de registro na OAB. Eles são responsáveis por coordenar e planejar investigações e operações policiais, também instauram e presidem inquéritos e cuidam das áreas de direção administrativa da Polícia Federal.

Concurso aberto: O edital lançado é para o preenchimento de 150 vagas imediatas. Até 2015, a necessidade será de mais 394 postos. O candidato ao cargo também será submetido à avaliação de títulos e prova oral, etapa que ocorrerá pela primeira vez.

Concurso anterior: a última seleção para delegado ocorreu em 2004 quando foram selecionados 422 novos servidores.


Remuneração
Inicial: R$ 13.368
Final: R$ 19.699


Perito Criminal Federal

Os peritos criminais fazem todos os estudos e avaliações técnicas em suas áreas específicas a fim de investigar e apresentar laudos que colaboram com operações policiais. É preciso ter nível superior em áreas específicas de formação.

Concurso aberto: São 100 vagas imediatas distribuídas entre 13 especialidades: Economia, Ciências Contábeis, Engenharia, Análise de Sistemas, Geologia, Química, Biomedicina, entre outras. O candidato ao cargo também será submetido à avaliação de títulos.

Concurso anterior: O último concurso foi em 2004, junto com a seleção de delegados. Foram selecionados 394 peritos em 17 áreas diferentes.

Remuneração
Inicial: R$ 13.368
Final: R$ 19.699


Escrivão

São responsáveis pelo cumprimento das formalidades processuais, como: lavrar termos, autos e mandatos. Acompanhar autoridades em diligências policiais, dirigir veículos, atuar nos procedimentos processuais de investigação, desempenhar outras atividades de natureza policial e administrativa, entre outras tarefas que lhe forem atribuídas. É preciso ter nível superior em qualquer área de formação.

Concurso aberto: O edital lançado para o cargo é para o preenchimento de 350 vagas imediatas. O candidato também fará prova prática de digitação.

Concurso anterior: O último concurso, também em 2004 foi para preenchimento de 491 vagas. A remuneração inicial da carreira era de R$ 4.357,67.

POLÍTICA

DOMÍNIO

Dilma pede compromisso coletivo para um planeta sustentável


Presidente discursou na abertura oficial da Rio+20


Presidente Dilma Rousseff discursou durante cerimônia de abertura da Rio+20<br /><b>Crédito: </b> Roberto Stuckert Filho / PR / CP
 
Presidente Dilma Rousseff discursou durante cerimônia de abertura da Rio+20
Crédito: Roberto Stuckert Filho / PR / CP
Após assumir nesta quarta-feira a presidência da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, a Rio+20, a presidente Dilma Rousseff discursou na cerimônia de abertura do evento à tarde. Ao tomar a palavra, Dilma defendeu a necessidade de firmar um compromisso conjunto entre as nações no presente para garantir um planeta sustentável no futuro. “O desafio da sustentabilidade se apresenta em razão de uma perspectiva de futuro. Mas as tarefas que ele impõe são do presente. Não temos dúvida que tempo é o recurso de maior escassez”, declarou a presidente.

Para Dilma, o acordo a ser firmado entre os países se baseia em três objetivos: crescer, incluir e proteger. “Temos a responsabilidade, perante a história e de nossos povos, de fazer da Rio+20 o momento de firmar um compromisso para o futuro que queremos”, sustentou a presidente brasileira. E reforçou ter otimismo com o resultado da conferência. "Tenho convicção, e essa conferência é prova, de que é grande a nossa vontade de acordar", acrescentou.

Dilma relembrou o evento ocorrido no Rio de Janeiro em 1992, e reforçou que, após 20 anos, muito ainda precisa ser feito. “Estamos aqui porque o mundo demanda mudanças”, destacou Dilma. “Nós temos a responsabilidade de agir para mudar esse quadro”, acrescentou, novamente convocando os chefes de Estado e líderes de governo a assumir um compromisso coletivo em prol da sustentabilidade.

Ao mencionar a crise financeira, a presidente afirmou que as incertezas que pairam sobre a economia mundial dão significado especial à conferência da ONU realizada no Brasil. "A tarefa que nos impõe a Rio+20 é desencadear um movimento de ideias e processos absolutamente necessários para enfrentar os dias difíceis de parte da humanidade", declarou.

Para finalizar, baseando seu discurso no conteúdo do documento final da Rio+20, a presidente citou alguns pontos do texto, como a erradicação da pobreza e a inclusão social, elementos que considera fundamentais para firmar um planeta sustentável. Dilma ainda saudou o consenso dos diferentes países por um objetivo em comum, firmado com dificuldade após inúmeras reuniões entre os negociadores. “Este é o resultado de um grande esforço para avançar no futuro que queremos”, comemorou Dilma.

SEGURANÇA PÚBLICA

Polícia gaúcha auxilia na investigação do caso de cárcere privado no Rio


Homem teria fugido com enteada de Porto Alegre e a mantido presa por 17 anos


A delegada Nadine Anflor, coordenadora das Delegacias Especializadas no Atendimento a Mulher do Rio Grande do Sul, foi designada para auxiliar a investigar o caso da mulher que teria sido sequestrada pelo padrasto em Porto Alegre e mantida em cárcere privado durante 17 anos no Rio de Janeiro. O homem teria fugido quando ela ainda era uma menina, com 11 anos. Hoje, ela tem 28. Durante esse período, a vítima sofreu abusos sexuais. Nessa terça-feira, o homem foi preso pela polícia fluminense em Itaboraí, na região Metropolitana do Rio, sob coordenação do delegado Wellington Pereira Vieira, da 71º Delegacia de Polícia.

“A pedido do delegado do Rio, nós estamos auxiliando a investigação ouvindo algumas testemunhas no Rio Grande do Sul. Não existe inquérito”, explicou a delegada. Nesta quarta-feira, ela ouviu dois familiares do suspeito. No entanto, preferiu não dar detalhes dos testemunhos. Para esta quinta-feira, está previsto o depoimento da mãe da vítima. “Conforme for necessário, nós vamos continuar prestando assistência à polícia do Rio com nosso trabalho aqui. Por enquanto, vamos apenas ouvir as testemunhas e encaminhar as oitivas para o delegado responsável”, detalhou a delegada. Segundo ela, o conteúdo dos depoimentos serão enviados ao Rio ainda nesta semana.

Padrasto teria tido três filhos com a enteada

O caso que mobilizou as polícias fluminense e gaúcha começou em 1995, quando o homem teria raptado a enteada e fugido com ela para o Rio de Janeiro. Lá, ele a manteve em cárcere privado, sem contato social e sem estudo. Além disso, durante esse período, o homem teria cometido abusos sexuais contra a jovem. Das relações, nasceram três crianças - dois meninos e uma menina.

A polícia descobriu o caso depois que a vítima teria ido a uma delegacia do Rio relatar que a filha estava sofrendo abusos. Após prestar depoimento aos investigadores, ela teria confessado ter sido sequestrado e forçada a manter relações sexuais com o padrastro. O homem está preso temporariamente por estupro, cárcere privado e lesão corporal qualificada.

MPU

Gurgel vai apurar ameaças à procuradora do Caso Cachoeira


Léa Batista teria recebido e-mail acusando-a de ter sido "muito dura no caso" e alegando que ela incriminou pessoas inocentes


Gurgel vai apurar ameaças à procuradora do Caso Cachoeira<br /><b>Crédito: </b> Carlos Humberto / SCO / STF / CP
 
Gurgel vai apurar ameaças à procuradora do Caso Cachoeira
Crédito: Carlos Humberto / SCO / STF / CP
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse nesta quarta-feira que o Ministério Público está se mobilizando para apurar as supostas ameaças à procuradora Léa Batista, que atua na Operação Monte Carlo da Polícia Federal (PF). Ela foi uma das responsáveis pela denúncia que levou à prisão o contraventor goiano Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de liderar um esquema de corrupção, tráfico de influência e exploração ilegal de jogos no Centro-Oeste do país.

“Estamos movimentando toda a nossa estrutura para que ela tenha o apoio necessário e, se for o caso, pedir o apoio da Polícia Federal”, disse Gurgel, ao se pronunciar pela primeira vez sobre o caso durante intervalo da sessão do Supremo Tribunal Federal (STF). O procurador disse que irá entrar em contato com a procuradora assim que deixar a sessão.

Segundo Gurgel, que também preside o Conselho Nacional do Ministério Público, a instituição fará uma avaliação sobre os reais riscos pelos quais passam os procuradores para saber se há necessidade de reforço na segurança ou se a estrutura existente é suficiente. “O Ministério Público não pode correr o risco de ser surpreendido em razão de alguma ameaça”.

Léa e Daniel Resende são os representantes do Ministério Público na Operação Monte Carlo, em Goiás, enquanto o procurador Carlos Alberto Vilhena gerencia os desdobramentos do caso no Tribunal Regional Federal da Primeira Região, em Brasília. Gurgel disse que não tem notícia de que os outros procuradores do caso tenham sofrido ameaças.

Segundo nota divulgada pela Associação Nacional dos Procuradores da República, Léa recebeu um e-mail anônimo na semana passada com referências à Operação Monte Carlo. A mensagem dizia que a atuação da procuradora foi muito dura no caso, incriminando pessoas que não tinham culpa, enquanto a família de Cachoeira continuava explorando jogos ilegais em Goiás mesmo depois da prisão dele.