quarta-feira, 30 de maio de 2012

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Rússia vetará qualquer iniciativa para intervenção militar na Síria

Onda de RevoltasA Rússia vetará qualquer iniciativa destinada a uma intervenção militar estrangeira na Síria que seja levada ao Conselho de Segurança da ONU, assegurou nesta quarta-feira o vice-ministro das Relações Exteriores do país, Gennady Gatilov.
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"Sempre dissemos que estamos categoricamente contra qualquer ingerência no conflito sírio, porque isso só agravaria a situação e teria consequências imprevisíveis tanto para a Síria como para toda a região", declarou Gatilov.
O diplomata russo respondeu assim ao novo presidente francês, François Hollande, que não exclui a possibilidade de uma intervenção armada na Síria para pôr fim à repressão do regime de Bashar al-Assad.

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Romney sela indicação para disputar a Casa Branca


Eleições Americanas 2012

Mitt Romney conquistou a indicação para ser o candidato do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos com uma vitória ressonante na eleição primária do Texas, na terça-feira.
Ele terá pela frente uma campanha de cinco meses para tentar convencer os eleitores a votar nele em vez do presidente democrata Barack Obama na eleição de 6 de novembro.
Apesar de a disputa já estar efetivamente decidida há semanas, Romney finalmente alcançou a marca de 1.114 delegados do partido necessária para se tornar o candidato republicano, após uma longa e inicialmente apertada disputa contra uma série de adversários mais conservadores.
Ele será nomeado formalmente como candidato do partido numa convenção dos republicanos na Flórida, no final de agosto.
Em comunicado, Romney disse que se sentia honrado por conseguir o necessário entre os 155 delegados do Texas para assegurar a indicação.
"Nosso partido se reuniu com o objetivo de colocar os fracassos dos últimos três anos e meio para trás. Não tenho ilusões sobre as dificuldades da tarefa diante de nós. Mas quaisquer que sejam os desafios à frente, vamos fazer tudo para colocar a América de volta no caminho do emprego completo e da prosperidade", disse ele.
A definição oficial da candidatura marca o início da fase mais intensa da campanha eleitoral, com duração de cinco meses, embora a campanha de Obama já venha nas últimas semanas lançando ataques contra Romney por causa do seu passado como executivo do setor financeiro.
VIRTUAL EMPATE
Republicanos e democratas estão virtualmente empatados nas pesquisas e também na arrecadação de fundos para a campanha, o que significa que haverá uma divisão bastante equitativa do espaço publicitário nas TVs (nos EUA, todos os anúncios eleitorais são pagos).
Para Romney, --que foi derrotado nas prévias republicanas de 2008, quando o candidato foi o senador John McCain-- a principal estratégia é atacar Obama pela fraca recuperação econômica dos últimos anos.
As pesquisas indicam que o eleitorado de fato acha Romney mais bem preparado do que Obama para lidar com a economia.

REUTERS

POLÍTICA

Demóstenes nega acusações e diz se sentir traído por Cachoeira

Em depoimento que durou cerca de 5 horas, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) rebateu nesta terça-feira (29), ao Conselho de Ética do Senado, todas as acusações de que teria atuado em favor do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, ou que teria participação em negócios ilícitos conduzidos pelo empresário.
No depoimento, que começou por volta das 10h e acabou às 15h30, o senador disse que enfrenta o "pior momento" da sua vida por ser vítima de uma "campanha sistemática orquestrada" para prejudicá-lo.
Além do processo no Conselho de Ética, Demóstenes é também alvo de inquérito aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que solicitou ainda a quebra do sigilo bancário do senador por suas ligações com Cachoeira, preso desde fevereiro acusado de comandar uma rede de jogos ilegais.
Durante a sessão em que se defendeu das acusações, o senador usou páginas do inquérito que tramita no Supremo para dizer que não tem qualquer participação no esquema de jogos ilegais e que não foi alvo das investigações da Polícia Federal. O senador disse ainda que "redescobriu Deus" em meio às acusações.
"Nunca sofri tanto na minha vida. Sou homem que tenho vergonha na cara. Fiquei um mês para entrar no Senado e ter coragem de olhar para os senadores. Ninguém pode usar o nome de Deus como estratégia de defesa. Eu sou um carola. Já era por conta da minha mãe, mas confesso que fiquei nesse tempo meio perdido."
TRAIÇÃO
Em resposta a um questionamento do senador Humberto Costa (PT-PE), Demóstenes afirmou se sentir traído por Cachoeira, com quem admitiu relação de amizade.
"Sim [me senti traído], acho que todo mundo que se relacionou com ele e não teve conhecimento [de seus ilícitos]. Todos nós ficamos na pior situação".
Demóstenes admitiu ter recebido um rádio Nextel de presente de Cachoeira, mas negou que falava exclusivamente com o empresário. Ele considerou um "erro" ter recebido o presente. "Hoje é fácil verificar que foi um erro. Eu não imaginava a dimensão que isso teria, mas não tinha a lanterna na popa e não tinha como adivinhar que isso seria utilizado com outras finalidades. Mas não é crime receber o rádio Nextel e eu não sabia que outras pessoas tinham recebido."
Veja o vídeo do senador negando envolvimento com jogos ilegais:
O senador confirmou que recebeu inúmeros pedidos de Cachoeira, inclusive para fazer lobby em favor do empresário no Congresso e no governo. Demóstenes confirmou que foi à Anvisa pedir em favor da empresa farmacêutica do empresário, mas disse que repetia essa conduta para várias empresas do Estado de Goiás. "Nem tudo que se diz, se faz. Às vezes, para se livrar de um interlocutor, de uma conversa. Muita coisa não aconteceu porque eu não fui atrás. Eu fazia isso por gentileza, como fazia com muitos outros."
PROCURADOR-GERAL
Após ser questionado sobre o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pelo senador Fernando Collor (PTB-AL), Demóstenes acusou o procurador de prevaricar e omitir-se ao não dar prosseguimento à Operação Vegas da Polícia Federal.
"Eu compreendo desta forma. O processo penal é regido pelo princípio da obrigação. Não tem o procurador-geral o condão de dizer quando vai atuar. Mais dia, menos dia, ele vai ter que explicar porque fez dessa forma. A ação é sem amparo", disse o senador.
Demóstenes disse que o chefe do Ministério Público Federal deveria ter tomado alguma ação diante do inquérito, como pedir diligências ou dar prosseguimento com o inquérito. "Ele prevaricou", disse Demóstenes.
Gurgel disse em ofício encaminhado ao Congresso ter entendido, à época, não ter encontrado indícios suficientes para encaminhar a investigação para o STF (Supremo Tribunal Federal) e que o "retardamento" das investigações poderia ocasionar na produção de novas provas.
DEPÓSITOS
Disposto a falar sobre todas as acusações da Polícia Federal, e não apenas sobre o processo que tramita no conselho, o senador negou ter recebido R$ 3 milhões de Cachoeira, como confirma um dos diálogos da operação.
"Estou entregando cópia de minha duas contas, provando que no período em nenhum momento foi depositado R$ 1 milhão em minha conta. Nem R$ 1 milhão, nem R$ 1 mil, nem R$ 3 milhões, em nenhum momento isso entrou na minha conta ou me foi dado de qualquer outra maneira."
Sobre os R$ 20 mil que teriam sido entregues a ele pela organização de Cachoeira, Demóstenes disse que os áudios captaram um diálogo truncado --uma vez que nunca recebeu os recursos. O operador de Cachoeira, Gleyb Ferreira, teria ido à sua casa na véspera de seu segundo casamento para lhe entregar um presente, mas não o dinheiro, como o áudio dá a entender.
LOBBY
Sobre o grampo em que foi flagrado avisando Cachoeira de uma operação da Polícia Federal que seria realizada contra jogos de azar, Demóstenes disse que fazia "testes" com o empresário para confirmar se ele, como argumentava, havia deixado a ilegalidade.
"Num dos momentos, eu joguei verde em cima dele. Eu disse que tem operação conjunta da PF com o Ministério Público que nunca se realizou e nunca foi cogitada. Ainda assim eu fazia esses testes com ele. Eu pergunto: que lobista sou eu que nunca procurei nenhum colega senador para aprovar jogo, para discutir sobre legalização de jogos? Eu peço que eu seja julgado pelo que eu fiz, não pelo que eu falei que iria fazer."
Demóstenes disse que nunca usou aviões de Cachoeira, ou pagos pelo empresário, mas admitiu que utilizou aeronaves cedidas por "empresários e amigos". Sobre a intensa troca de telefonemas com o empresário, 416 em que foi flagrado pela polícia, disse que o número é "pequeno" diante do total de ligações feitas no período da operação --cerca de 200 mil.
GOVERNADORES
No depoimento, Demóstenes disse que Cachoeira mantinha relações com políticos, empresários e governadores. Ao ser questionado pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) sobre quem seriam os governadores que mantém relações com o empresário, desconversou.
"Alcaguete, eu não sou. Não vou declinar nome de quem quer que seja. Está na imprensa. Qualquer um que queira checar, vá lá e pegue."
MINISTROS
O senador admitiu que procurou ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e do governo federal para defender interesses de Goiás --mas negou ter atuado em qualquer encontro em favor de Cachoeira.
Ele confirmou viagem a Berlim (Alemanha) com o ministro Gilmar Mendes, mas negou que tenham utilizado aeronaves cedidas por empresários. Demóstenes disse que os dois se encontraram em Praga (República Tcheca), foram a Berlim e retornaram ao Brasil em voos separados --sem que Cachoeira estivesse na viagem.
O senador confirmou que, numa conversa flagrada pela PF, mencionou dívida das Centrais Elétricas de Goiás de R$ 2,3 milhões que poderia ser revertida pelo STF. Demóstenes disse que apenas citou a Cachoeira que Mendes havia dado "repercussão geral" sobre o tema, mas negou ter pedido apoio ao ministro no caso.
"A empresa estava em via de ser privatizada, melhor dizendo, federalizada. As dívidas se avolumaram e ali eu comemorava decisão de ministro do Supremo que poderia tirar das costas da Celge ação de R$ 2,3 bilhões que não diz respeito a ninguém. Quem toca a empresa é o governo de Goiás. Não há interesse de quem quer que seja, a não ser o interesse público."
GRAVAÇÕES
Demóstenes admitiu que era a sua voz em várias interceptações telefônicas realizadas pela Polícia Federal, mas colocou dúvidas sobre outras.
"Muitas conversas eu travei, mas muitas foram montadas e editadas. Por isso há requerimento para a perícia ser feita. O julgamento é político, mas é uma espécie do julgamento administrativo, que não está desacobertado dos preceitos constitucionais que regem todo o processo judicial e administrativo. É previsto explicitamente na resolução (a perícia)."
A próxima reunião do Conselho de Ética, deverá ser destinada à apreciação de requerimentos apresentados pela defesa, entre eles, o pedido para que seja autorizada perícia nos áudios das conversas entre Demóstenes e Cachoeira.