Obama anuncia decreto para imigração e diz que sistema será mais justo
Medida favorece até 5 milhões de imigrantes que vivem sem documentos nos EUAO presidente norte-americano decidiu agir diante da inação da Câmara dos Deputados, onde os republicanos se recusam a votar a proposta de reforma imigratória aprovada no Senado em junho de 2013. As medidas anunciadas são mais limitadas que as discutidas no Congresso e têm como objetivo proteger de deportações determinados grupos de imigrantes, entre os quais pais de cidadãos americanos e pessoas levadas para os EUA quando tinham menos de 16 anos.
Muitos dos críticos a essa medida, em especial os republicanos, dizem que o decreto de Obama é, na verdade, uma forma de anistiar pessoas em situação irregular no país. Como resposta, Obama defende que o sistema de imigração dos EUA está quebrado e que precisa ser reformado.
"Eu sei que muitos falam que esta ação é uma anistia, mas não é. A verdadeira anistia é deixar esse sistema do jeito que está quebrado. Uma anistia em massa seria injusto. E uma deportação em massa seria impossível", disse Obama, justificando sua medida.
Obama também deu um recado àqueles que dizem que sua medida é autoritária e ilegítima. "Esse tipo de ação que estou tomando não só é legal, como já foi feita por cada presidente democrata e por cada presidente republicano desde a metade do século passado", lembrou o presidente. "E para os membros do Congresso que questionam a minha autoridade para fazer nosso sistema de imigração funcionar melhor, eu tenho uma resposta: aprovem um projeto de lei", provocou.
Obama ordenou que os funcionários públicos deem prioridade às deportações de imigrantes que chegaram recentemente ao país e aos que tenham cometido crimes. Eles deverão tratar com menos rigor os que tenham filhos em situação legal nos EUA ou que estejam no país há mais de dez anos. O anúncio não contempla a possibilidade de obtenção de cidadania americana, que é prevista na reforma migratória estancada no Congresso.
Em tese, o decreto pode abranger até 5 milhões de pessoas, quase metade dos 11,4 milhões que não tem documentos norte-americanos e que vivem no país. Os restantes 6,5 milhões foram excluídos do decreto, mas poderão ser beneficiados por novas orientações dadas aos agentes responsáveis pela imigração.
Fonte: CP