terça-feira, 18 de junho de 2013

Brasil

"Brasil acordou mais forte", diz Dilma sobre protestos


Presidente disse que grandeza das manifestações comprova a energia da democracia brasileira



Presidente disse que grandeza das manifestações comprova a energia da democracia brasileira<br /><b>Crédito: </b> Roberto Stuckert Filho/PR/CP
Presidente disse que grandeza das manifestações comprova a energia da democracia brasileira


A presidente Dilma Rousseff aproveitou o discurso em cerimônia de lançamento do novo marco regulatório da mineração nesta terça, para elogiar as manifestações pacíficas que tomaram conta das principais capitais brasileiras nessa segunda. Para Dilma, o "Brasil hoje acordou mais forte".

"O Brasil, hoje, acordou mais forte. A grandeza das manifestações de ontem comprovam a energia da nossa democracia, a força da voz da rua, e o civismo da nossa população", discursou a presidente, sendo interrompida por aplausos da plateia, formada em boa parte por políticos.

"É bom ver tantos jovens e adultos, o neto, o pai, o avô, juntos, com a bandeira do Brasil cantando o hino nacional dizendo com orgulho "sou brasileiro' e defendendo um país melhor. O Brasil tem orgulho deles."

Na avaliação da presidente, deve-se louvar o "caráter pacífico" dos atos dessa segunda, que, segundo ela, evidenciaram o "correto tratamento pela segurança pública" no que diz respeito à forma de lidar com a manifestação popular. "Infelizmente, porém, é verdade, acontecem atos minoritários e isolados de violência contra pessoas, (contra o) patrimônio público e privado, que devemos condenar com vigor", prosseguiu a presidente, sendo novamente interrompida por aplausos.

Para Dilma, "essas vozes das ruas precisam ser ouvidas" e ultrapassam os "mecanismos tradicionais das instituições, dos partidos políticos, das entidades de classe e da própria mídia".

"Os que foram ontem às ruas deram mensagem direta ao conjunto da sociedade, sobretudo aos governantes de todas as instâncias. Essa mensagem é por mais cidadania, melhores escolas, melhores hospitais, direito a participação. Essa mensagem direta das ruas mostra a exigência de transporte público de qualidade e a preço justo, essa mensagem direta das ruas é pelo direito de influir nas decisões de todos os governos, do Legislativo e do Judiciário, é de repudio à corrupção e de uso indevido do dinheiro público", disse a presidente, interrompida outra vez por aplausos da plateia.

"Essa mensagem comprova o valor intrínseco da democracia, da participação dos cidadãos em busca de seus direitos, a minha geração sabe quanto isso nos custou", continuou.

Ao comentar o cartaz de uma manifestante que dizia "Desculpe o transtorno, estamos mudando o País", Dilma afirmou: "Quero dizer que o meu governo está ouvindo essas vozes pelas mudanças, está empenhado com a transformação social, a começar pela elevação de 40 milhões de pessoas à classe média, com o fim da miséria, o meu governo quer ampliar o acesso à educação e à saúde, compreende que as exigências da população mudam". Dilma destacou que o seu governo elevou a renda e o acesso ao emprego, dando às pessoas mais educação.

"Surgiram cidadãos que querem mais e têm direito a mais, sim, todos nós estamos diante de novos desafios. Quem foi ontem às ruas quer mais, mais saúde, educação, mais oportunidades, eu quero aqui garantir que o meu governo também quer mais e que vamos conseguir mais para o nosso País e para o nosso povo", finalizou o discurso.
 
Fonte: cp

Porto Alegre em Chamas

Mais de 40 são detidos durante protesto em Porto Alegre


Cinco ônibus foram pichados e um incendiado



No final da noite foram registrados atos de vandalismo
Crédito: Mauro Schaefer

De acordo com a Polícia Civil, 44 pessoas – entre adultos e adolescentes – foram detidas pela Brigada Militar (BM) na noite dessa segunda-feira durante protesto ocorrido nas ruas de Porto Alegre.
Das 26 encaminhadas à 3ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), 10 não têm direito à fiança devido a antecedentes criminais como dano ao patrimônio público, desacato e lesão corporal. A situação de quatro detidos está sendo analisada. Outros seis aguardam liberação mediante fiança e seis já foram liberados.

Na 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), que fica no Palácio da Polícia, foram apresentadas nove pessoas por crimes de menor poder ofensivo. Todas já foram liberadas.

Já no Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca), foram apresentados nove menores: sete foram liberados com a presença de familiares; dois foram encaminhados ao Ministério Público e ao Poder Judiciário que vão decidir sobre a necessidade de internação.

De acordo com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), seis ônibus foram depredados: cinco veículos foram pichados e um da empresa Carris foi incendiado, na avenida João Pessoa. Placas de sinalização foram alvo de vândalos, assim como gradis de proteção de ciclovias, que foram arrancados. O prejuízo estimado é de R$ 20 mil, mas a Prefeitura de Porto Alegre fará um levantamento que deve ser apresentado ainda hoje.


Coletivo da empresa Carris foi queimado na Avenida João Pessoa / Foto: Fabiano do Amaral

Protesto

Segundo a Brigada Militar (BM), o protesto reuniu cerca de 12 mil pessoas em Porto Alegre. A manifestação transcorreu pacificamente por cerca de duas horas, mas no final da noite dessa segunda-feira foram registrados atos de vandalismo.

Um grupo depredou contêineres de lixo e quebrou vidraças de lojas nas ruas centrais, além dos vidros do Palácio da Justiça. Alguns tentaram invadir a Assembleia Legislativa do Estado.


Fonte: cp

PROTESTOS NO SUL

Fortunati propõe redução da tarifa de ônibus para R$ 2,80


Prefeito de Porto Alegre vai encaminhar projeto que isenta imposto de passagens



Ônibus da Carris foi incendiado durante protesto<br /><b>Crédito: </b> Fabiano do Amaral
Ônibus da Carris foi incendiado durante protesto
Crédito: Fabiano do Amaral
Ônibus da Carris foi incendiado durante protesto
Crédito: Fabiano do Amaral

Um dia após a maior mobilização realizada em Porto Alegre contra o reajuste das tarifas de transporte coletivo no País e os gastos públicos com a Copa do Mundo, o prefeito José Fortunati anunciou que vai tentar reduzir o valor da passagem de ônibus para R$ 2,80. O preço está congelado em R$ 2,85 por liminar da Justiça, que derrubou em abril o aumento para R$ 3,05, sancionado em março.

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Em entrevista à Rádio Guaíba nesta terça-feira, Fortunati explicou que irá encaminhar um projeto de lei (PL) à Câmara de Vereadores ainda hoje. A proposta isenta o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) da passagem de ônibus. “O que estou apresentando é uma isenção do ISS de 2,5%. Assim, sem o Pis/Cofins proposto pelo governo federal e, levando as considerações do Tribunal de Contas do Estado (TCE), poderemos, assim que o Tribunal de Justiça decidir sobre a passagem de ônibus, reduzi-la a R$ 2,80”, detalhou.

Fortunati destacou que vai propor ao governo do Estado a isenção do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do óleo diesel para o transporte coletivo. Se a proposta for aceita pelo governador Tarso Genro, a tarifa pode chegar a R$ 2,75. “E estou encaminhando um ofício ao governador, solicitando a ele que encaminhe um projeto de lei imediatamente à Assembleia Legislativa pra reduzir o ICMS sobre o óleo diesel para que seja votado em regime de urgência”, informou. “Com isso, se já tenho a garantia com a isenção do ISS para R$ 2,80 da passagem, nós poderemos chegar a R$ 2,75 e talvez a R$ 2,70, dependendo dos cálculos que o governo do Estado fará,” complementou.

Com a isenção do ISS, o impacto nas contas municipais deve chegar a R$ 15 milhões. “A prefeitura está abrindo mão de 15 milhões anuais e sem orçamento. Alguém paga conta. Estamos abrindo mão de um tributo”, salientou o prefeito. Apesar disso, ele garantiu que o corte não afetará três áreas: saúde, educação e assistência social. "Estamos subsidiando o sistema de transporte coletivo de Porto Alegre. Já solicitei à secretária Izabel Matte (da Secretaria Municipal de Planejamento Estratégico e Orçamento) que comece a fazer projeções para verificar de que rubricas podemos retirar. Não será da saúde, educação e assistência social", afirmou. "Serão de outras obras que já estavam planejadas, mas que não poderão não sair do papel em função desse corte", ponderou.

"É preciso separar o joio do trigo", destaca prefeito

Embora tenha lamentado o cenário de destruição verificado na cidade após a mobilização de milhares de pessoas, o prefeito José Fortunati reconheceu que é preciso diferenciar o grupo que protestou de forma pacífica do responsável pela depredação da cidade.

“Eu quero separar o joio do trigo: a manifestação pacífica dos jovens, que de forma absolutamente correta, foram as ruas protestar, reclamar, reivindicar, isso faz parte de um processo democrático, dos baderneiros”, reforçou. “E não me vem dizer que se trata de um pequeno grupo. Eram grupos de 300, 400 pessoas, que saíram pelas ruas fazendo com que a cidade ficasse amedrontada,” enfatizou.

Protesto começa pacífico, mas termina em caos

A noite que começou com um grande movimento democrático – mobilizando diversas capitais no Brasil – terminou em caos. A manifestação, que transcorreu por duas horas de forma pacífica e reuniu cerca de 12 mil pessoas nas ruas de Porto Alegre, encerrou com confrontos com a Brigada Militar (BM) e atos de vandalismo.

De acordo com a Polícia Civil, 44 pessoas – entre adultos e adolescentes – foram detidas. O grupo depredou prédios públicos, pichou paredes e estabelecimentos comerciais, quebrou vidraças, pichou contêineres e ônibus e, ainda, ateou fogo a dois coletivos.

O protesto, dessa vez contra os gastos públicos em obras da Copa do Mundo, corrupção e falta de verbas para serviços básicos como saúde e educação, teve início por volta das 18h no Paço Municipal. De lá, o grupo seguiu em caminhada pelas avenidas Borges de Medeiros, Salgado Filho e João Pessoa. Era um público mais heterogêneo que outras manifestações: havia famílias e pessoas mais velhas, além de muitos ciclistas.

Porém, ao longo da avenida João Pessoa começaram os primeiros atos de vandalismo. E ali foram repreendidos. Enquanto um grupo virava contêineres de lixo, outros recolocavam os depósitos no lugar e recolheram a sujeira. Um grupo pichava paredes. E eram vaiados pelo restante da massa.

Mas o grande ato público mudou de figura a partir das 20h30min, já na esquina das avenidas Azenha e Ipiranga. Ainda que vaiado, parte do grupo quebrou as vidraças da concessionária Estação H. Capacetes foram furtados e motocicletas, danificadas.

Logo em seguida, começou um confronto com a Brigada Militar. Bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo foram usados. O protesto se dividiu e, enquanto alguns enfrentavam os policiais, outros seguiram pela Cidade Baixa, via rua Lima e Silva. Um novo confronto com a BM ainda ocorreu na avenida Loureiro da Silva.

Mais tarde, um grupo de cerca de 30 pessoas cruzou o Centro atirando pedras em vidraças e virando contêineres de lixo na rua dos Andradas. Vidraças do Palácio da Justiça, na Praça da Matriz, também foram danificadas e parte dos vândalos tentou invadir a Assembleia Legislativa. Em seguida, sem contexto algum com os protestos de antes, os vândalos passaram a quebrar as vidraças de estabelecimentos comerciais na região da Praça da Alfândega. Parte deles estava com o rosto coberto.
 
Fonte: cp

PROTESTOS EM PERNANBUCO

Estudantes pernambucanos encerram protesto nesta noite


Publicação: 17/06/2013 20:22Atualização: 17/06/2013 23:46

Manifestantes ocupam a Avenida Agamenon Magalhães e tem apoio da população. Foto: Tiago Barbosa/DP/D.A. Press
Manifestantes ocupam a Avenida Agamenon Magalhães e tem apoio da população. Foto: Tiago Barbosa/DP/D.A. Press

Os estudantes pernambucanos encerraram a reunião no Diretório Central dos Estudantes da Universidade Católica de Pernambuco, no bairro da Boa Vista, e foram para as ruas na noite desta segunda-feira (17). Às 21h, o grupo alcançou a Avenida Agamenon Magalhães, no cruzamento com a Avenida Governador Carlos de Lima Cavalcanti. Eles sentaram no chão, cantaram o hino nacional e convidaram a população a participar do protesto na próxima quinta.


Manifestantes tomam conta da Avenida Conde da Boa Vista. Foto: Natan Nigro/Divulgação
Manifestantes tomam conta da Avenida Conde da Boa Vista. Foto: Natan Nigro/Divulgação
Por conta da manifestação, houve um bloqueio no trânsito nos dois sentidos, mas, às 21h40, já estava tudo liberado. Apesar do transtorno, a sociedade apoia o movimento. Moradores de prédio e motoristas fazem sinais de aprovação aos jovens. Os estudantes estão com placas e apitos.



Foto: Natan Nigro/Divulgação
Foto: Natan Nigro/Divulgação
Segundo a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), não se sabe a proporção que o manifesto pode ter e já foi enviado reforço para o local. A Polícia Militar também está no Derby acompanhando o movimento.


Foto: Marcella Tiné/Divulgação
Foto: Marcella Tiné/Divulgação

Reunião

O encontro articulado para esquematizar as ações do estado no Dia Nacional de Lutas, próxima quinta-feira (20), em que o país promete parar em protesto contra o aumento das passagens de ônibus, em defesa do transporte público e pelo passe livre. No Recife, a manifestação está marcada para as 16h, na Praça do Derby.