terça-feira, 22 de maio de 2012

EDUCAÇÃO

Alunos da Furg entram em greve e ocupam reitoria


Mais de mil universitários de Rio Grande declararam apoio às demandas dos professores


Em assembléia geral realizada no final da tarde desta segunda-feira, no Campus Carreiros, os estudantes da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) decidiram apoiar o movimento dos professores e também entrar em greve. Conforme Raianny Louzada Horz, coordenadora-geral do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Furg, mais de mil alunos participaram da reunião e a grande maioria aprovou estas medidas para protestar por mais qualidade de ensino.

Segundo Raianny, considerando que a greve não é simplesmente parar, será elaborado um calendário de mobilização dos estudantes. Além disso, será feita uma pauta local de reivindicações dos alunos, a qual será encaminhada à reitoria e à Associação dos Professores da Furg (Aprofurg). É intenção ainda juntar a pauta de reivindicações dos alunos a dos docentes e enviar para órgãos federais a serem definidos nos próximos dias.

Os professores da Furg estão em greve desde o último dia 17 e vêm realizando diversas atividades de mobilização e encontros com profissionais e estudantes de forma a esclarecer os motivos da paralização. Nesta terça, eles farão novas reuniões com professores de diferentes áreas e Diretórios Acadêmicos. Às 14h, terão reunião com a reitoria da Furg para expor a situação da greve e solicitar um canal de negociação para tratar da pauta local de reivindicações.

Essa pauta será elaborada quarta-feira, na assembléia dos docentes, que ocorrerá às 9h, no pavilhão IV do Campus Carreiros. Conforme o professor Manoel Luís Martins da Cruz, do comando local de greve, os docentes das instituições federais de ensino superior do País estão reivindicando carreira única e reposição salarial, entre outras questões.

Após a assembléia, um grupo de aproximadamente 70 alunos, foi até a reitoria para ocupá-la. A pró-reitora de Assuntos Estudantis, Darlene Pereira, abriu a porta e eles entraram, sentaram no chão do saguão e começaram a fazer uma pauta de reivindicações locais e gerais sobre educação. "Nós não tomamos o prédio, estamos apenas ocupando o espaço", garantiu a estudante de psicologia Ana Carolina Paes. Segundo ela, a intenção do grupo é passar a noite no local e definir uma pauta de reivindicações a ser entregue à reitoria e outros órgãos competentes.

A pró-reitora de Assuntos Estudantis informou ter entrado em contato com os estudantes e relatado que a pauta de reivindicações deles será bem acolhida. Também pediu que eles formem uma comissão para apresentar os pedidos e discutí-los com a reitoria. Darlene relatou que o movimento está pacífico e que os estudantes não serão impedidos de ficar no local. Apenas frizou que, ficando, eles assumem a responsabilidade pelo espaço e por qualquer problema que nele ocorra.

CULTURA

Mortes de Robin Gibb e Donna Summer deixam a "disco music" de luto


Estilo surgiu no final dos anos 1960 nos clubes de Nova Iorque e da Filadélfia


Robin Gibb não resistiu a um câncer<br /><b>Crédito: </b> AFP / CP
Robin Gibb não resistiu a um câncer
Crédito: AFP / CP
A música disco está de luto após a morte de Donna Summer e Robin Gibb, dois dos artistas que propagaram mundialmente os embalos de sábado à noite de Nova York nos anos 1970 e que passaram em poucos anos das casas noturnas para o topo das paradas de sucesso. O cantor e um dos fundadores do Bee Gees morreu neste domingo aos 62 anos vítima de câncer no fígado e no estômago, complicado por uma pneumonia.

Três dias antes, Donna Summer também morreu por causa de um câncer, aos 63 anos. A diva negra americana e o britânico dono de um falsete inimitável tinham em comum o fato de popularizarem, como raramente na história da música, um gênero nascido no mundo da noite. A "disco music" surgiu no final dos anos 1960 nos clubes de Nova Iorque e da Filadélfia frequentados pelas comunidades afro-americana, latina e gay.

Os especialistas lutam para chegar a um acordo sobre a primeira música disco da história: "Soul Makossa", de Manu Dibango, "Rock the Boat", do The Hues Corporation, ou "Rock Your Baby", de George McCrae. De qualquer maneira, os ingredientes são claramente identificados: uma mistura de soul, funk e pop, sintetizadores frequentemente associados com metais e cordas e, sobretudo, um ritmo binário muito marcado; Os discos selecionados e remixados por DJs têm uma função: fazer dançar.

A partir de 1974, o gênero saiu das discotecas. A disco começou a tocar nos rádios e a subir nas vendas. Apoiada pelos produtores europeus Giorgio Moroder e Pete Bellotte, Donna Summer foi rapidamente coroada a "Rainha do Disco". Mas foram os Bee Gees que transformaram o ritmo em um fenômeno mundial, graças aos "Embalos de sábado à noite", de 1977, para o qual compuseram as músicas mais famosas ("Stayin' Alive", "Night Fever").

Depois de experimentar o sucesso nos anos 1960 com baladas folk, o trio britânico decidiu avançar em direção ao rhythm'n'blues e ao funk. "Os embalos de sábado à noite", do qual participaram apenas de forma fortuita, a pedido de seu produtor, trouxe a fama e obrigou o mundo a adotar os códigos da discoteca, suas coreografias e roupas da moda. Em pouco tempo a onda disco invadiu as paradas de sucesso internacionais. Chic, Gloria Gaynor, The Jacksons, The Village People nos Estados Unidos, e Abba, Boney M, Cerrone na Europa encantaram as multidões.

Os astros do rock e do pop aderiram à nova moda: Diana Ross, Elton John e até mesmo os Rolling Stones ("Miss You" em 1978) entraram no disco. Na França, as estrelas dos yéyés, Claude François e Sheila, foram reinventados sob os globos espelhados.

Violentamente ridicularizada por fãs do rock, a música disco começou o seu declínio nos Estados Unidos em 1979.
As estrelas desapareceram em poucas semanas das paradas, mas o gênero impregnou o pop e a "dance music".
"Um dia em Berlim (em 1977), Brian Eno veio correndo me contar 'eu acabei de ouvir o som do futuro'. 'Essa canção vai mudar a música das discotecas nos próximos quinze anos'. Era 'I feel love' de Donna Summer", contou David Bowie em uma retrospectiva de sua carreira. Trinta e cinco anos depois, artistas como Madonna e Gossip ainda utilizam o disco em seus últimos álbuns.

POLÍTICA - PORTO ALEGRE

Sob ameaça de corte do ponto, servidores da Capital paralisam


Categoria irá avaliar possibilidade de greve em assembleia à tarde


Trabalhadores se concentraram para pedir melhores salários e benefícios
Crédito: Vinicius Roratto
Em busca de negociação salarial e de diálogo sobre benefícios estruturais na carreira dos servidores, centenas de funcionários públicos municipais paralisaram as atividades e se reuniram em frente à Prefeitura de Porto Alegre na manhã desta terça-feira. Segundo o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), cerca 70% dos trabalhadores aderiram à manifestação, mesmo sob ameaça de desconto salarial, por parte do Executivo municipal.

De acordo com a diretora do Simpa, Carmem Padilha, a categoria exige aumento salarial de 15%, sendo 10% relativos a perdas e 5% à inflação acumulada. Além disso, os servidores querem aumento do vale alimentação para R$ 21,60; cumprimento da lei que prevê a equiparação das faixas iniciais ao salário mínimo nacional; efetivação do IPE-Saúde como plano de atendimento; inclusão da hora extra e do regime de trabalho no cálculo de aposentadoria; e plano de carreira com isonomia para todos os trabalhadores.

”O governo se recusa a negociar. Nosso desejo não é só a reparação da inflação ou aumento, mas melhores condições de trabalho. A adesão está satisfatória e apenas o atendimento dos serviços essenciais está mantido”,
argumentou Carmem, ao destacar que o município está sendo intransigente com as reivindicações ao não reconhecer as perdas salariais dos trabalhadores.

O secretário de Coordenação Política e Governança Local, Cezar Busatto, destacou que a paralisação ocorre em momento inoportuno e que o governo mantém negociação constante com a categoria. “Estamos conseguindo
benefícios para os servidores, cumprindo cláusulas estabelecidas, mas iremos realizar desconto salarial para os que optarem pela paralisação”, alertou.

A possibilidade de corte no ponto dos servidores surpreendeu os manifestantes. Segundo a diretora do Simpa, a medida anunciada pela Prefeitura vai contra o direito dos trabalhadores. “Esperamos que seja apenas uma ameça, porque se optamos por fazer a paralisação é porque não houve avanços na negociação. A solução não é a repressão, mas o diálogo”, afirmou.

Conforme o sindicato, às 14h uma nova assembleia da categoria ocorre no Centro de Eventos do Parque Harmonia, para avaliar a possibilidade de greve. “ Não descartamos a possibilidade, mas, até agora, queremos o diálogo, ainda que o governo se recuse a nos receber”, disse Carmen.

A paralisação afeta alguns serviços, como o funcionamento de escolas da rede municipal. Segundo a representante do Simpa, 90% das instituições está com atendimento parcial. Já os postos de saúde não tiveram maior impacto, de acordo com o sindicato. As secretarias de Saúde e Educação ainda não confirmaram os números.