No Paraguai, Fernando Lugo instaura governo paralelo
País foi suspenso da conferência do Mercosul
Lugo convocou todos os ex-ministros e ex-assessores para a reunião nesta manhã. O principal assunto é a articulação para o que o chamou de restauração da democracia. Na prática, a ideia é alinhavar de maneira objetiva seu retorno ao poder. Deputados e senadores aliados de Lugo tentam buscar maneiras de reverter o quadro político atual. Analistas consideram, porém, a hipótese pouco provável. Lugo não dispõe de apoio político no Congresso. A prova das suas dificuldades foi a votação, no último dia 22, do processo que levou ao seu impeachment, com um placar de 39 votos a favor, 4 contra e 2 abstenções. Em uma rua com casas de classe média alta, a residência de Lugo é a única que tem muros altos e seguranças armados do lado de fora. Há ainda militares fardados e com armas que guardam a entrada principal da casa. Ontem, correligionários entravam e saíam a toda hora. Vez por outra, simpatizantes passavam em frente à casa e gritavam palavras de ordem. As principais ruas de Assunção voltaram à normalidade, com exceção da área em frente à TV Pública, local escolhido pelos simpatizantes de Lugo para as manifestações. Um protesto pacífico, que começou ontem de manhã, estendeu-se pela madrugada de hoje. Com palavras de ordem, canções e representações teatrais, os manifestantes protestaram contra o governo de Franco. A polícia acompanhou tudo a distância, sem embates. Paraguai é suspenso do Mercosul O Mercosul suspendeu nesse domingo a participação do Paraguai na reunião de cúpula de presidentes programada para quinta e sexta-feira desta semana na cidade argentina de Mendoza. O anúncio foi divulgado pelo governo argentino, que possui a presidência rotativa do bloco. No encontro, serão discutidas as medidas a serem tomadas em relação ao país após o impeachment de Fernando Lugo. Em Brasília, o Itamaraty, por meio de sua assessoria, confirmou que a decisão foi acordada entre os países membros (Argentina, Brasil e Uruguai e os associados Chile, Peru, Venezuela, Bolívia, Equador e Colômbia). Uma fonte do alto escalão do governo brasileiro afirmou que existe consenso para a suspensão do Paraguai tanto do Mercosul quanto da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) até as eleições presidenciais previstas no país para abril de 2013. A cúpula da Unasul está marcada para quarta-feira, em Lima, no Peru. Assim, Federico Franco, que ocupará a Presidência paraguaia por oito meses, não participaria de nenhuma reunião. A punição ao novo governo de Assunção visa garantir que nada parecido aconteça em outros países da região, como Bolívia e Peru. Fonte: CPC |
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