quarta-feira, 23 de maio de 2012

ECONOMIA

Redução de juros e portabilidade bancaria levam pessoas a renegociar dívida

A transferência da conta-salário não é uma obrigação na hora de contratar crédito bancário
 

A redução de juros está levando muitas famílias a buscar as instituições financeiras para negociar suas dívidas. Isso é possível por meio da portabilidade de crédito ou da transferência da conta-salário. E o estímulo para isso é a redução dos juros anunciadas pelos bancos públicos nos últimos dias.
A transferência da conta-salário não é uma obrigação na hora de contratar crédito bancário, como empréstimo habitacional, mas pode ser uma conveniência para o cliente que movimenta certos serviços como cheque especial, cartão de crédito do banco, CDCs e outros.
Na disputa por clientes em busca de menores juros, bancos como a Caixa Econômica Federal anunciou o programa Caixa Melhor Crédito, com redução de juros em linhas de empréstimo para pessoas físicas e pequenas e médias empresas. Crédito consignado, financiamento de veículos, cartões, financiamento ao consumo e capital de giro para empresas tiveram cortes nas taxas que chegaram a 88%.
A instituição quer atrair 2 milhões de novos clientes no País com a redução de taxas de juros. As medidas impactam imediatamente 25 milhões de correntistas da Caixa que usam os produtos.
No cheque especial, por exemplo, a taxa caiu 67% e, dependendo do relacionamento do cliente com o banco, foi para 1,35% ao mês. No financiamento de veículos, baixou para 0,98%. Na pessoa jurídica, a taxa para capital de giro caiu de 2,72% para 0,94% ao mês.
O especialista em Direito Tributário Alberto Monteiro Neto, explica que a portabilidade prevê que quem tem algum tipo de financiamento com um banco (empréstimo pessoal, financiamento de carro ou imóvel, por exemplo) possa transferir essa dívida para outra instituição que ofereça melhores condições de juros e prazos, sem que precise pagar por esta transferência.
“A portabilidade promove um estímulo ao consumo e endividamento, trocar de banco é bom tecnicamente, mas o consumidor continua gastando mais do que tem condições de pagar. Trocar não resolve a causa do problema da família, o que pode se agravar ao comprometer a capacidade de endividamento", disse o advogado.
Para Alberto Neto “O momento de usar o crédito com o benefício de ter o menor juro, mas para sair do endividamento em definitivo é necessário que as famílias façam uma verdadeira faxina financeira no orçamento da família, buscando reduzir o custo de vida para poder renegociar suas dívidas juntos aos bancos”, finalizou o especialista.

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