terça-feira, 3 de dezembro de 2013

CORRUPÇÃO

Brasil é 72º país no ranking de percepção da corrupção


Somália, Coreia do Norte e Afeganistão encabeçam a lista de 177 nações


O Brasil ocupa a 72ª posição no ranking de corrupção percebida, segundo o índice anual da Transparência Internacional divulgado nesta terça-feira. Somália, Coreia do Norte e Afeganistão encabeçam a lista, elaborada por via pesquisas de opinião com agentes econômicos, que avaliam a percepção da corrupção em 177 países.

Quase 70% dos países da lista têm "sérios problemas", com funcionários dispostos a receber suborno. Nenhum Estado dos 177 citados recebeu pontuação máxima, de acordo com a ONG que tem sede em Berlim. O Brasil permanece em situação estável mesmo com os recentes casos de corrupção política. "Apesar de ter caído apenas um ponto, o Brasil não deveria estar feliz com sua pontuação (42 em uma escala de 0 a 100). Não é suficiente ter o poderio econômico, se você não pode dar o exemplo com bom governo", afirmou o diretor para as Américas da Transparência Internacional, Alexandro Salas.

Apesar de novas leis sobre o acesso à informação pública e outra que castiga penalmente as empresas por corrupção - e não apenas os indivíduos - "há a sensação de uma prática de corrupção muito extensa", explica o pesquisador mexicano, que pediu ao Brasil que comece a aplicar esta "grande infraestrutura" legal contra a corrupção.

Dentro da América Latina, a Venezuela permanece como um dos países onde a corrupção é mais percebida (posição 160), enquanto Uruguai (19) e Chile (22) receberam as melhores notas da região. O índice da Transparência Internacional, uma referência mundial, é uma maneira de medir não apenas a corrupção nos partidos políticos, mas também na polícia, justiça e administrações públicas.

"A corrupção afeta os mais pobres. É evidente se você observa os últimos países da lista. E dentro destes países, os
cidadãos mais pobres são os mais prejudicados", afirmou Finn Heinrich, principal pesquisador do índice. Entre os países que registraram as maiores quedas em 2013 estão Síria, abalada por uma guerra civil, Líbia e Mali, que também passaram por conflitos militares nos últimos anos.

"A corrupção está muito relacionada com os países que estão em decomposição, como Líbia ou Síria", explicou Heinrich. Este é o caso do Afeganistão, onde não aconteceram progressos substanciais, apesar dos esforços da Otan. "Os ocidentais não investiram apenas em segurança, mas também em medidas para fazer a lei ser respeitada. Mas a proporção de pessoas que pagam subornos continua sendo uma das maiores do mundo", relatou o especialista.

A Coreia do Norte é um caso de opacidade quase total, "uma sociedade totalitária totalmente fechada", nas palavras de Heinrich. Dinamarca e Nova Zelândia, os mais transparentes Alguns países pobres melhoraram consideravelmente na lista, como Mianmar, onde a junta militar no poder abriu as portas para um processo de mudança democrática nos últimos meses.

Mas nenhum país está a salvo e todos "enfrentam a ameaça da corrupção em todos os níveis, de concessões de permissões locais até a aplicação de lei e normas", advertiu Huguette Labelle, presidente da Transparência Internacional.

De acordo com a ONG, a própria natureza da corrupção (por definição ilegal e secreta) impede a medição de maneira empírica. Por isto, considera mais útil o índice de percepção, baseado em pesquisas de opinião reunidas por várias instituições internacionais como o Banco Mundial ou o Banco Africano de Desenvolvimento.

O índice atribui uma nota de 0 a 100, na qual 0 significa um país com um setor público considerado muito corrupto e 100 a transparência total. Em 2013, no entanto, "o panorama é preocupante", segundo a ONG, porque "enquanto alguns poucos países atuam corretamente, nenhum consegue a pontuação máxima e mais de dois terços ficaram abaixo dos 50 pontos". Iraque, Síria, Líbia, Sudão e Sudão do Sul, Chade, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau, Haiti, Turcomenistão, Uzbequistão e Iêmen estão entre os países com menor pontuação.

No topo da lista aparecem Dinamarca e Nova Zelândia, os países mais transparentes, seguidos de perto por Luxemburgo, Canadá, Austrália, Holanda e Suíça, a prova, de acordo com Labelle, de que "a transparência contribui para determinar responsabilidades e deter a corrupção".




Fonte: CP

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