terça-feira, 30 de julho de 2013

EDUCAÇÃO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL


Educação derruba desempenho de pior cidade gaúcha no IDH

Prefeito Claudio Lesnik aponta questão cultural pela evasão escolar em Dom Feliciano

Cidade gaúcha com o pior desempenho no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Dom Feliciano enfrenta um problema cultural, acredita o prefeito Claudio Lesnik (PSDB), que governa a cidade desde janeiro. Na avaliação, o município da região Centro-Sul do Estado, manteve bons números referentes à longevidade (0.818) e renda per capita (0.633), mas o baixo nível da educação (0.390) influenciou o resultado final, colocando a cidade em 4467º lugar no ranking nacional, com IDHM de 0.587. O IDHM do Rio Grande do Sul ficou em 0,746. No País, o índice é de 0,727.

Com uma área de 1.300 km² e 80% da população residente na área rural, a economia de Dom Feliciano é baseada na agropecuária. Na educação, a grande dificu ldade é levar estudantes para as escolas da zona urbana. E mantê-los nas salas de aula. "É mais uma questão de cultura, de conhecimento da população. Quem trabalha na zona urbana faz questão de manter a sua criança na escola. Mas no interior é bem diferente. É difícil convencer uma mãe a colocar seu filho pequeno no ônibus. E depois que crescem, há o problema da evasão escolar", disse Lesnik ao Correio do Povo.

Atualmente, há 54 alunos de zero a quatro anos matriculados nas creches municipais. O município trabalha na construção de duas novas instituições, para a abertura de 240 vagas na zona urbana. "Em termos de vagas, vai estar resolvida a questão das creches a partir do ano que vem. Mas é um problema muito sério convencer os pais de matricular os filhos", reforçou o prefeito. No caso do pré-escolar, sobram vagas no interior. "Nós temos que criar 232 vagas a mais para essa faixa etária. Mas na zona rural há 35 vagas abertas e não tem alunos", emendou Lesnik.

Outro fator que prejudica o desenvolvimento da educação em Dom Feliciano é a evasão de alunos de 11 a 13 anos de idade, que estão nas séries finais do ensino fundamental. "Nessa faixa etária, os estudantes não vão mais a aula para trabalhar com os pais na agricultura", disse o prefeito. No ensino médio, a situação se agrava. "Até os 18 anos, esses alunos estão até se casando já, formando família e apenas trabalhando no meio rural", sustentou.

A taxa apurada pela pesquisa da ONU revela o nível de desenvolvimento humano de determinada região do Brasil. O IDH dos municípios vai de 0 a 1: quanto mais próximo de zero, pior o desenvolvimento humano; quanto mais próximo de um, melhor. A pesquisa considera indicadores de longevidade (saúde), renda e educação. A classificação varia de 'Muito Baixo' - inferior a 0,499 – e 'Alto', com o indicador que varia de 0,700 a 0,799.

Geração de renda e expectativa de vida

A renda per capita de Dom Feliciano praticamente dobrou em duas décadas. Em 1991, a taxa era de R$ 236,00 e em 2010 subiu paraR$ 409,72 por habitante, estando dentro da média brasileira. No período, a extrema pobreza passou de 50,26% para 22,12%.

Segundo o prefeito da cidade, há expectativa de investimento em energia eólica, o que fortaleceria ainda mais a economia da região. "Nossa esperança é melhorar a arrecadação com a influência econômica. Uma possibilidade que está cada vez mais próxima é o investimento em energia eólica na área rural. Investidores de São Paulo estão em negociação sobre o assunto", revelou o prefeito sem fornecer muitos detalhes. Caso a parceria seja concretizada, a empresa poderá investir aproximadamente R$ 1bilhão. "Isso mudaria totalmente a realidade econômica do município", projetou.

Quando se fala em saúde, a taxa de longevidad e dos moradores de Dom Feliciano é a mais alta entre os itens que compõem o IDHM. Com 0,818, está um pouco abaixo que a média no Estado, que é 0,840, e um pouco acima da nacional, que é 0,816. Conforme o prefeito, comparando com anos anteriores, a média de vida que era de 65 anos no municíío em 1991 passou para 70 anos em 2000 e 74 anos em 2010.

 
 
Fonte: Correio do Povo 30/07/2013

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