terça-feira, 4 de setembro de 2012

SAÚDE

Ministério da Saúde admite ter errado no combate à gripe A

Maioria dos mortos no RS e SC não tiveram acesso a antiviral ou tomaram remédio muito tarde

Após revisar prontuários das pessoas que morreram em decorrência da gripe suína em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, admitiu que o Brasil errou na política de combate à gripe A. "Em vez de usarmos uma estratégia que já se mostrava eficaz – o uso do antiviral oseltamivir (conhecido pela marca Tamiflu), ficamos discutindo quem vacinar, se vamos vacinar jovens ou não. Não aprendemos com os ensinamentos de 2009", disse, referindo-se ao ano da pandemia.

Para Barbosa, o País travou um "debate enviesado" em relação à importância da vacina. Ele comparou a estratégia adotada pelo governo brasileiro, centrada na vacinação, com a utilizada pelo Chile naquele ano."O Chile, que possui um inverno muito mais forte, teve um terço das mortes das Regiões Sul e Sudeste do Brasil - a taxa de mortalidade no Chile ficou em 0,8 por 100 mil habitantes e aqui, em 3,2 por 100 mil habitantes. A diferença básica é que o Chile usou o oseltamivir em larga escala. O Chile perdeu 1 grávida; o Brasil, 200", afirmou.

A revisão feita pelo ministério nos prontuários dos mortos em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul mostra que a grande maioria das vítimas "ou não teve acesso ou teve acesso atrasado" ao antiviral oseltamivir, disse Barbosa.
Segundo o ministério, a causa do problema é a pouca tradição do brasileiro de tratar gripe com remédios. É comum os pacientes chegarem tarde aos serviços de saúde porque tentaram driblar os sintomas da gripe A com chás e receitas caseiras.

Essa cultura afeta os médicos, que não prescrevem o oseltamivir. Antes da chegada do inverno, o ministério emitiu alerta aos médicos sobre as doenças respiratórias e distribuiu um material com orientações - principalmente para os Estados do Sul, além de São Paulo e Minas Gerais - sobre o período adequado para a medicação e a dosagem.

Neste ano, até o dia 20 de agosto, o País registrou 2.398 casos da doença e 307 mortes. Desse total, 1.786 pessoas adoeceram e 177 morreram na Região Sul. As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
 
Fonte: CPC

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