terça-feira, 26 de julho de 2011

POLÍTICA

Planalto adota critério da Ficha Limpa nas indicações para preenchimento de cargos

Depois da faxina feita no Ministério dos Transportes, a presidente Dilma Rousseff determinou um novo critério para blindar a Pasta de interferência política no preenchimento dos cargos, inclusive no Dnit e Valec: todas as indicações de segundo e terceiro escalões têm que passar pelo critério da Lei da Ficha Limpa. Ou seja, só assumirá cargos quem não tiver condenação na Justiça. Esse critério será utilizado, inclusive, para as substituições nas superintendências regionais do Dnit.

A recomendação foi dada pela própria Dilma ao novo ministro da Pasta, Paulo Sérgio Passos. Dilma foi além na sua determinação, e já avisou que não aceitará para os Transportes indicações políticas, seguindo a mesma regra já adotada para o preenchimento dos cargos das agências reguladoras. A ordem foi dada para respaldar Passos, que vinha sofrendo nos bastidores pressão do PR para manter influência política no Ministério. Segundo um auxiliar direto, todas as nomeações terão que passar antes pela aprovação pessoal da presidente. Na prática, explicou esse interlocutor, Dilma já assumiu o comando do Ministério dos Transportes e não vai permitir que o PR volte a ter influência numa Pasta considerada estratégica por ela.

Essa decisão já foi comunicada pelo próprio Passos ao comando da legenda. "O PR vai ser o único partido no governo que não vai ter nada no governo. Se for um tratamento uniforme, não tem problema. Pelo jeito, o partido não será ouvido para o preenchimento de novos cargos", disse o vice-líder do governo, deputado federal Luciano Castro (PR-RR).

Para neutralizar a pressão do PR, o Planalto já trabalha para enfraquecer e dividir o partido aliado. Dentro dessa estratégia, o primeiro passo foi esvaziar o poder do secretário-geral do partido, deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), dentro do governo. Depois de demitir os indicados de Valdemar nos Transportes, o Planalto tem verbalizado para vários interlocutores que ele não tem mais influência no governo.

Depois do escândalo do mensalão, Valdemar tinha sido reabilitado politicamente durante a campanha presidencial de Dilma Rousseff, em 2010. No início do ano, ele voltou a circular no Palácio do Planalto, por solicitação do ex-chefe da Casa Civil Antonio Palocci. Segundo um ministro, o status de Valdemar mudou e ele virou persona non grata no Planalto.
Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/

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